segunda-feira, 22 de março de 2010

Minha Pequena Inocência

Está vento lá fora. Parou de nevar.
A chuva miudinha vem, por momentos, para preparar o fim.
Abro a janela. Vejo as árvores a dançar,
A ensaiar para o espectáculo final.
Vejo o nevoeiro a levantar.
(Está a acabar...)

Olho o horizonte,
Vejo os montes a despedirem-se,
Despedidas sem saudade
(Está quase, está quase...)
O céu puro começa a esfriar
(cor fria),
Espelhando o além espelhado,
Dando á luz uma nova brisa.
(Estás a chegar...)

Nascer-do-sol - inocente,
Espreitando por cima da colina,
Pequeno traquina.
Baixinho assobia,
Cantando para os pássaros
Á espera da tua entrada.
(Profetiza a tua chegada)

E, a sorrir, ainda meio escondido,
Com seu ar de felicidade,
Ajuda as nuvens -
Empurram-no para o desconhecido.
(Voltará quem sabe...)

No último comboio embarcou,
Está na hora!
Adeus minhas árvores, meus montes,
Adeus Minha cidade...
Ela chegou!

Adeus meu Inverno...