terça-feira, 15 de setembro de 2009

Vento

Vestida de preto, escapas pela porta das traseiras. Com os joelhos a tremerem, reflectes os teus medos, sombras de nada. Escondes os teus sonhos debaixo da terra, odiando-te no final.
Segues para onde sabes que não deverias ir, deitando a vida fora como um copo de plástico usado.
Rompe o vento através do silêncio. Corteja os teus cabelos, ajoelha-se perante ti. O teu esplendor, o teu sorriso dócil. Afinal há mais uma curva na estrada. Afinal, sonhos são sonhos...
Parte, corre, dança noite dentro, mesmo não sabendo nem um passo. Escala montanhas e lá descansa satisfeita. Nunca desças, nunca caías.
E, como se de um miradouro se tratasse, vê o que para trás fizeste e cultiva os teus desejos antes de os idealizares.
E no final grita: Eu não terminei!