segunda-feira, 8 de novembro de 2010

dó ré mi

Nunca fui de muito sol. Sempre fui mais de chuva e de vento, mesmo não suportando ter os pés molhados. Sempre procurei refúgio na noite, nas estrelas, que se infiltram no meu quarto pelas frinchas das persianas, para me exprimir verdadeiramente, para ser eu, para ser livre. Por isso é que escrevo hoje e agora, recolhido, abrigado, aconchegado. É por isso que escrevo agora, para que não me faltem palavras amanhã. Preciso delas. Preciso de as ter na ponta da língua, no meu olhar, nos meus braços, nas minhas mão... Para te declarar poesia, para te buscar com o olhar, para te abraçar quando correres para mim, para te segurar fortemente junto a mim, para sempre. Para te dizer que amo-te e que quero sempre estar ao teu lado. Nos teus dias de chuva; nos meus dias de sol. Quando tiveres cansada; quando estiver farto de estar deitado no tapete do corredor a ouvir a chuva, a chuva que lá fora convida-me a cantar, tal trovador nómada e ambulante que vive á procura de um abrigo, de algum conforto, de alguém para amar.
Vamos deixar os rodeios para trás, lamber as feridas, deixarmos-nos levar, vamos?

Dó-Ré
Mi-Lá-Si
Dó-Mi

Amo-te

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

instante Eterno

Não te consigo descrever,
traçar-te psicologicamente.
Não consigo encontrar palavras que te definam.
Não sei dizer quais os aspectos físicos que me prendem a ti,
mas sei que estão lá.
Encontrei-os mesmo sem saber quais são.

O que me apaixona em ti é o instante.
Adoro todos os segundos em que olho para ti, em que olhas para mim, em que os nossos olhares se cruzam no ar, em que estamos de olhos fechados, agarrados um ao outro.
É aquele instante em que me fazes deixar escapar um sorriso entre os dedos que tentam esconder a minha expressão tão previsível quando estou contigo.
É todo o instante que te tenho comigo, no meu pensamento, junto a mim, no meu colo, no meu abraço, nos meus beijos...
É este instante interno que quero que seja eterno. Quero tê-lo contigo para sempre, quero-te para sempre a olhar para mim, quero para sempre olhar por ti.
Abraçar-te, beijar-te, sem por favores nem perdão.

São precisos dois para dar um abraço. Aceitas?