sábado, 17 de outubro de 2009

Emigrar em Ti

Tarde livre. Teu olhar,teu toque, sorriso cortês.
Meu sonho de banco de jardim. (Afinal, quantos destinos se cruzam assim?)
Gravo um coração a canivete naquela árvore que parece apadrinhar-nos. (Juras de amor.)
Bate meu coração como um lobo. Teu perfume, teus lábios. Doce tentação.
Cái o sol, final de tarde. Seguimos caminho. (levo-te a casa.)
Tropeço na passadeira. Maldita pedra indesejável. Soltas-me a mão, perco teus dedos.
Partes, deixando-me entre as linhas do medo e do orgulho.
Continuo, mente vazia, caminho instintivamente....
Sigo pela luz da avenida. Não, não estou só. Acompanham-me meus passos, essa canção sem tonalidade.
Penso no silencio quebrado. Desacelera meu coração, desafinam meus passos.
Viro esquerda, subo na escuridão. Pergunto-me se há luz para lá deste meu horizonte. (podia ter ficado contigo a noite toda).
Afina a orquestra, ''allegra'' meu coração. (estou a ir ter contigo, pedir-te desculpa.)
Leva-me de volta ao início. Quero emigrar em ti.
Corro ao teu abraço, desculpas-me com um beijo. E, embalados (corações sincronizados), sonhamos sonhos de banco de jardim. (afinal, quantos destinos se cruzam assim?).

sábado, 3 de outubro de 2009

Doce dia, doce noite...

Nasce o sol. Primeiro raio de luz. Seguro-te a mão, puxo-te para mim, para o meu peito. Entrelaço os dedos nesses fios de ouro de carregas. Teu perfume. Cheiro a flores, flores da margem de um rio espelhado ao por-do-sol.
O teu rosto, tão suave, tão puro como a primeira neve. Doce rosto, doces sonhos... Sonho alto e tu respondes. O teu abraço, forte, intenso como as ondas de Inverno.
A lua clandestina no por-do-sol, tão bela como os teus olhos, tão brilhantes... Segredo-te ao ouvido. Vamos rasgar o céu. Prometo-te estrelas e outras malditas metáforas prolongadas como poesia talhada numa porta. Ajoelho-me no rio, roubo uma flor, pequeno pecado irresistível.
E, num piscar de olhos, juntos, como numa magia, pintamos, de simples palavras, uma imagem a tons de sonhos, desejos, paixão, desde o sol alto até á lua nas nossas costas.
Desligo os mínimos, é a noite. Sentamo-nos num banco de jardim. Teu corpo deitado no meu peito, minha flor pousada nos teus cabelos.