terça-feira, 15 de setembro de 2009

Vento

Vestida de preto, escapas pela porta das traseiras. Com os joelhos a tremerem, reflectes os teus medos, sombras de nada. Escondes os teus sonhos debaixo da terra, odiando-te no final.
Segues para onde sabes que não deverias ir, deitando a vida fora como um copo de plástico usado.
Rompe o vento através do silêncio. Corteja os teus cabelos, ajoelha-se perante ti. O teu esplendor, o teu sorriso dócil. Afinal há mais uma curva na estrada. Afinal, sonhos são sonhos...
Parte, corre, dança noite dentro, mesmo não sabendo nem um passo. Escala montanhas e lá descansa satisfeita. Nunca desças, nunca caías.
E, como se de um miradouro se tratasse, vê o que para trás fizeste e cultiva os teus desejos antes de os idealizares.
E no final grita: Eu não terminei!

3 comentários:

Márcia Pais disse...

"E no final grita: Eu não terminei!"
Concordo,Acho que nunca ninguém por mais anos de Vida que tenha na Terra, por mais montanhas que suba e reveja o que fez para trás jamais terminou a sua missão.
E eu gosto do teu texto, pela força que a personagem criada por ti Tem... percorre ruas e ruelas.. montes e valem, correndo.. dançando etc, etc.. e mesmo estando satisfeita com o que já fez por ali, sabe que não termina Ali e cultiva mais e mais sonhos (:

Adorei :DD
Parabéns João ;)*

Márcia Pais disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Lyza! disse...

sempre muito intenso, forte e delicioso de ler. :)
não sei se ja te comentei isto, mas de qualquer das formas adorei totalmente.

és fantástico.
beijinho grande, saudades da tua escrita e de ti :))*