terça-feira, 23 de setembro de 2008

A Terceira Hipótesse

Voltei, finalmente voltei a ver-te, a ouvir-te chamar por mim, voltei a sentir calor dentro de mim. Senti a chama a renascer, senti o coração a acelarar, senti de novo todo o amor que tenho para te dar. E quando me dirigi para ti, o meu corpo tremia de frio e suava ao mesmo tempo. Sentia-me leve e pesado. Pensei para mim: 'Vou ter com ela, ou espero?'. Era tanta a ansiedade que as palavras me faltaram.
Não consegui superar a conversa do costume, não consegui ir alem do 'olá' e do beijinho habitual, não consegui abrir-me, mostrar o que em mim mudou. Tanta a emoção de olhar-te nos olhos, o teu rosto, os teus cabelos a esvoaçarem novamente. Queria tanto poder dizer-te todos os dias o quanto gosto de ti, o quanto estas bonita, o quanto te amo.
Mas não posso e tenho de me convencer disso. Tenho de me convencer que não significo nada para ti. Para ti não passo daquele rapaz a quem chamas Joãozinho. Aquele rapaz em quem tu pousas a tua cabeça e falas suavemente.
Confundes-me, fico com a cabeça a andar á roda. Pergunto-me se devo mesmo desistir, baixar os braços. Mas quando volto a estar contigo petrifico, não me consigo mexer e tu apenas sorris. Pergunto-me porque e que so ultimamente me aproximei desse lindo sorriso. Porque, a partir do momento em que me sentei á tua beira descobri a tua luz, o teu brilho, o teu calor...
Chego á conclusão que tenho duas hipoteses: ou luto por ti ou desisto. Eu escolho a terceira hipotese. Sei que nunca iria conseguir desistir realmente de ti mas, tambem não posso lutar por ti. Não posso entrar numa luta por qual a causa está perdida. Escolho continuar na expectativa, sofrer mais um bocadinho, ter umas esperanças aqi, umas desilusões ali. Prefiro continuar junto de ti, prefiro continuar a ver-te sorrir para mim, prefiro que continues a pousar a tua cabeça no meu ombro.
Mas também quero mostrar-te que ja não sou o Joãozinho. Já cresci, já sou uma pessoa forte, determinada que guardou a infancia na gaveta e que está á tua espera. Está a espera que lhe agarres na mão, abraces os braços e que digas: 'Vamos subir o próximo degrau?'. Aí eu responderei afirmamente, responderei que ja estou preparado, pois voltei a ter-te de novo comigo...

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