segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Embriaguez, (in)Consciência, Fome

Deitado, ébrio de mim mesmo, penso alto.
Indisposição - arroto sentimentos, vomito pesadelos.
Sóbrio do meu redor, levanto-me.
Deixa-me beber, apenas uma vez mais. Quero sentir-me frágil.
Com um sopro voo-me.
Sinto os pés descalços, frios, feridos. Quebram-se, tais flocos de neve.
Acompanha-me, já não me aguento mais.

Desfaleço, perplexo no quarto parado.
Já não me conheço. Esqueço-me de mim, parto deixando-me para trás.
Levo mãos ao rosto. Mudei - nem dei por isso.
Já nem sei usar a caneta, pintar aqueles quadros de desejos, sentimentos e paixão.
Agora a minha tinta apenas é incerteza, insegurança, inconsciência.

Leva-me pela mão, arrasta-me contigo.
Deposita-me e deixa-me gangrenar...
Tremem-me os joelhos, as mãos, os olhos.
Sugam-me sombras de nada (!), medos irreflectidos.
Quando passares de novo, leva-me.
Tenho fome, fome do inocente jovem que em mim habitava.
Serve-me frio e mal passado...

Sem comentários: