Pensei ser gente um dia. Viver eternamente nesta fatal banalidade, á espera que chegue a hora em que tudo tem sentido.
Fui durando, aderindo às trivialidades monótonas, seguindo as rotinas pré-definidas. Sentava-me á noite cansado da imperturbação contínua, sóbrio da insuficiência da minha inexistência.
Gangrenado, fui concluindo o óbvio: para ser alguém tinha de saber amar.
Amar... verbo proibido que significa entregar-se de corpo e alma a alguém; ser uma e duas pessoas ao mesmo tempo com outra pessoa.
Amar? Nunca soube o que isso era, ou é... Não é algo que se aprenda nos livros escolares, infantis, de fantasia, romances, de cheques, policiais nem de aventura. É algo que simples e naturalmente cresce dentro de nós quando já não conseguimos viver sem aquele sorriso de final-de-tarde.
Ouvi dizer que é fantástico, que o mundo não vive sem amor, só dura.
Que quem não ama, não é feliz.
Aqui estou eu, então, mera marioneta do destino, á espera que mude o meu Fado.
Descontente, então, aqui moro, só de passagem, sentado á espera de aprender essa palavra, pois
Quando te conheci o meu rosto, enfarpado, deixou escapar um sorriso.
Descristalizado, desparalizado me deixaste, trouxeste-me o paraíso.
Por isso quis, e quero, aprender a amar, a amar-te...
Nesta noite, ensina-me a amar
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário